Este fim-de-semana fui ajudar o sogro (coisa que fica sempre bem) na grande apanha da azeitona. E para um rapaz vindo do campo urbano, esta foi a minha primeira vez.

Foi divertido, foi sim senhores.

E dei por mim a pensar que de facto isto anda tudo ao contrário. Há gajos na cidade que fazem qualquer coisa e apropriam-se de qualquer canteiro para fazer uma horta, e gajos no campo que fogem disso a 7 pés e sonham com a vida na cidade, no shopping, na balburdia de onde depois fugirão com excesso de stress.

Passear na vila e vê-los encostados ao café de mini na mão enquanto os velhos se esfalfam na lavoura, sem que ninguém os ajude é um bocado triste. Destas azeitonas sei que vou ter azeite do bom até à próxima colheita. Se existir… porque por este andar as próximas azeitonas ficam na árvore.

E mesmo este ano, das 180 existentes devem ser apanhadas umas 30 no máximo. Ainda assim dará para umas duas toneladas ou mais de fruto.

O outro ponto dos meus pensamentos perdeu-se nos ecologistas e permacultores, um nome fino que agora se dá a quem idolatra a vida junto da natureza. E grande parte deles nem sequer sabe que para apanhar tomate não é preciso uma escada. Na azeitona sim, dá jeito.

A ideia que quero deixar é simples: porque é que os meninos permacultores não se armam em brigada de alfabetização e vão por esses campos fora ajudar os velhotes a apanhar azeitonas, a cuidar das hortas, dos animais e etc? Em paga virão carregados de coisas boas do campo, é esse o modelo de negócio.

Faz doer as costas não é? “Permacultar” no facebook é mais fácil não é? E não suja as unhas. Pois é… depois venham-me cá com teorias que já vos digo onde as podeis plantar.

Mais prática e menos pregação, que isso é para os padres e a esses já deixei de os aturar à muito tempo.