Andava para aqui a limpar coisas e fui parar a este manifesto… outra vez… talvez porque hoje me sento a pensar no tempo que me foge entre os dedos e na maior parte das vezes a culpa é toda minha.

Tantas vezes que me deito com a sensação de que podia ter feito mais, aproveitado melhor, rentabilizado e optimizado, tornado absolutamente produtivo este bem cada vez mais escasso… o tempo. E tenho que me começar a convencer que a tão prometida reforma não vai chegar para despachar tudo o que fica por fazer. Irra!

Ontem peguei num livro com uma citação interessante…

 “Nothing is more important than an unread library”

John Waters, filmmaker

Talvez mais um que disse aquilo só para se sentir menos culpado com o acumulado na estante… e agora com os formatos electrónicos nem queiram saber os que se acumulam na nuvem à espera… que chova talvez, e como a chuva tarda, assim tardam tantas outras coisas.

E o que é isto? Um desabafo apenas, nada mais do que isso, ou talvez seja mais do que isso.

Ou talvez apenas me apeteça ouvir o som dormente das teclas debaixo dos dedos e ver as letras a desfilarem no ecrã numa imagem que se quer poética. Juntem-lhe um copo de whiskey, os cigarros acesos, a noite escura, o jazz de fundo e ela que me entra pela sala adentro envolta em mistério e a enredar-me em armadilhas sem fim que acabarão comigo deitado numa cama… nem sempre pelos bons motivos.

Pelo rumo que a coisa toma teria que trocar o som das teclas pelo clássico ruido da máquina de escrever. Haverá uma app para isso? Acredito que sim. Se não há faz-se já a seguir.

Escrever… outra das actividades perdidas na areia da ampulheta… provavelmente devia mesmo comprar a máquina de escrever no Cashconverters (para juntar ao laboratório de preto-e-branco) e espero que não apareça por lá um contrabaixo em bom estado:

“Contra-escrita em baixo-contraste”

dá um bom título certamente… de algo, ou se fosse brasileiro… de um filho talvez.

Falta-me também um tema para este ano… ou não consigo definir entre qual deles seja mais interessante, o que é certo é que se misturam todos… e assim é que ficam bonitos.

Não me falta mais nada… apenas dizer que este artigo foi escrito pelo autor com as letras e palavras que aprendeu. Se alguma deles estiver ilegal, multem-na. Não a mim. Se alguma estiver errada, façam uma festa… do erro nascem sempre coisas boas e com tanta asneira à nossa volta porque é que me hei-de importar com um erro ortofotomapa?

Não me importo… porque o que é correto é exportar-me, para equilibrar a balança de pagamentos.

Exporto-me então, com a promessa de que vou acabar um livro e desejos de uma boa vida.