Andava por aqui a navegar e dou com estas ideias para dar novo uso a bicicletas abandonadas. Se bem que em Lisboa era mais adequado um projecto para ir removendo os muitos cadeados e correntes de motas e biclas que vão ficando abandonados nos postes. Um dia chegaremos às biclas abandonadas, para já não há.

Mas isto tudo para dizer que gostava de ter espaço para me dedicar à recuperação de duas velhas bicicletas que tenho na terra natal. Duas boas pasteleiras, das antigas, das que pesam, das que têm rodas grandes e travões com um sistema de ferros e luz por dinamo. Coisas sustentáveis, com bancos confortáveis e largos onde um homem se podia sentar e pedalar kilometros a fio sem chegar ao fim do dia a desejar um calção coleante. E sobre isso não me alargo mais.

Voltemos às pasteleiras. Com uma delas tenho uma dívida de recuperação porque ficou a meio para desgosto do tio-avô que ma ofereceu. Mas além dessas ainda existem para lá outras que estão abandonadas e que mereciam melhor sorte. Enfim, triste vida e dura a de uma bicicleta.

Já sei que existem várias oficinas na cidade, uma delas, a Cicloficina dos Anjos, onde a malta pode ir a determinados dias da semana fazer os seus arranjos e recuperações. É uma ideia. Só me falta depois sitio para a guardar, esse é outro assunto, mas recordo-me das tarde divertidas entre correntes e óleo e chaves de parafusos e estas mãos precisam de fazer coisas físicas que isto de passar o dia a teclar e a tratar do virtual e do digital já deixa pouco de substância.

Portanto: resolução 2 do ano que começa (o quê já é Março?): recuperar uma bicla e pô-la em condições de andar colina acima e colina abaixo. Depois é puxar pelo cabedal porque nenhuma delas tem mudanças e algumas subidas ainda são tramadas. Mas as descidas, essas não vai haver pai porque quando embalavam era vê-los passar a alta velocidade.

Se vos der para resolução igual e se os despojos do passado forem inexistentes, há por aí muito site onde se encontram quadros de bicicletas velhas mesmo a jeito de começarem a levar com peças novas.

2 Replies to “Um dia vou recuperar as bicicletas velhas”

    1. Se meter as mãos nisto vai ser um trabalho de restauro e peras, uma delas deve ter perto duns 70 anos, se não for mais! 🙂

Comments are closed.