A propósito do movimento Slow Money, fiquei a pensar nas pequenas lojas de bairro que têm um potencial de oportunidade e poucas o sabem aproveitar, principalmente numa época de crise económica ou de choque petrolífero como o que vivemos este verão.

E na reabilitação e revitalização dos centros urbanos, esta é uma questão essencial.

Não será a dimensão da economia local a que se refere Stowe Boyd no seu artigo, mas é um principio e tem sido muito desprezado na revitalização e reabilitação urbana. Por culpa de todas as partes.

E não sendo resolvido, o dinheiro circula para fora do domínio da proximidade, não promovendo a nossa “aldeia”.

Quando penso no futuro do comércio local penso em serviços que me facilitam a vida e na personalização e proximidade desse serviço, com um nível de preços justo e adequado. Penso em horários diferenciados, adequados ao ciclo de vida do bairro, abertos em contra-ciclo com o meu horário de trabalho. Penso nas entregas em casa, quer a pensar nos idosos quer nas jovens mães quer na minha preguiça em carregar coisas escada acima. Penso nas compras pela quantidade adequada ao meu consumo, sem embalagens superfulas e sem desperdício.

Se este comércio local precisa de ser estimulado e incentivado a mudar, também nós devemos fazer um primeiro esforço para o usar e para o desafiar a mudar. Em nome da comunidade e do bairro ou da aldeia onde vivemos. Para que ela se desenvolva e em última análise se valorize, valorizando efectivamente o nosso investimento imobiliário.

Por outro lado, esta dinâmica introduz ainda factores de segurança na comunidade, porque a torna viva, vivida, sempre em movimento, chamando mais gente a viver nela.

E assim se desenvolve uma aldeia, uma vila, um bairro numa cidade, uma cidade e um país.

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