Outro dia decidimos começar a ouvir todos os cd’s que existem cá em casa. Por um lado começava a ter a prateleira cheia de acumuladores de pó e estava a precisar de espaço para novos, por outro queria voltar a ouvir todos, um a um, a ver o que tinha resistido ao tempo e que merece ficar.

A prateleira ganhou 3 papeis verdes de legenda: os que ficam, os que estão por ouvir e os que estão em dúvida e talvez precisem duma segunda audição. Os outros ganharam lugar numa caixa de sapatos e devem ir até um cash-converters da vida ver se ganham novo dono.

À velocidade de um ou dois por noite, 3 nas noites boas, já redescobri uma data de coisas. Doutro lado uma pessoa pergunta-se sobre esta ânsia do novo quando temos tanta coisa boa entre mãos que só precisa de ser arejada e de ter a oportunidade de se voltar a apresentar.

Dá-me assim uma cena tipo nostalgia das noites longas em volta de qualquer coisa agradável acompanhada dum bom disco em redundâncias de prazer. Saudades do tempo em que o som enchia o espaço a servir de cama a pensamentos demorados em fumo branco e copos amarelos.

Esta noite redescobri um daqueles cd’s de late night jazz, daqueles de film noir de detectives e loiraças, numa qualquer visão romântica da noite a HP5 400. O Tri-x tinha muito grão.

Seguiu-se Ascenseur pour l’echafaud… e tento lembrar-me se isto era para chegar a alguma conclusão ou se me estava apenas a apetecer deitar palavras em cara ou coroa.

Alguma coisa era…

Play it again Sam!