Leio a notícia com alguma apreensão e com a certeza de que isto representa uma curteza de vistas por parte da autarquia lisboeta, coisa que honestamente não esperava.

Afinal a rede de bicicletas partilhadas não vai avançar ou se avançar será de tal forma incipiente que não servirá para nada, a não ser, ser um custo sem proveitos. Já houve uma especie disto com 12 bicicletas 12 instaladas em parques de estacionamento. Nunca as vi em lado nenhum. Foram custo sem proveito.

A decisão encontra oponentes pelos elevados custos. Ok, percebo que a autarquia possa estar curta, mas quando querem os senhores encontram sempre forma de resolver estas coisas.

E olharmos para os proveitos? Seja a curto, médio ou longo prazo só consigo ver melhorias efectivas na cidade: na qualidade do ar, na manutenção de espaços públicos, na revitalização e adesão de mais gente ao transporte público por poder conciliar com a bicicleta partilhada, com a saúde pública pelo exercício constante… já fizeram contas a estes proveitos invisiveis mas capazes de aumentar a qualidade percebida da cidade?

Já por aqui escrevi que a existência dum sistema destes nos liberta de outros problemas, nomeadamente o estacionamento, que já acontecem noutras cidades europeias.

Sinto que a cidade está num momento de ascensão e revitalização que está a chamar a atenção do mundo, estamos a evoluir em bons sentidos, com o apoio às start-ups e ao empreendedorismo, às novas ideias, na abertura de novos espaços, já temos ciclovias a serem usadas de forma muito regular, estamos em crescendo… por favor continuemos, deixem de contar tostões e apostem num veículo de futuro capaz de transformar o espaço público por demais maltratado com tanto carro. O retorno chegará em pouco tempo, e acredito mesmo nisso!